quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013


 Câncer das glândulas salivares é uma doença em que células malignas são encontradas nos tecidos das glândulas salivares. As glândulas salivares são responsáveis pela fabricação da saliva, o fluído despejado na boca para mantê-la úmida, que ajuda a dissolver o alimento ou iniciar a digestão, além de ajudar a proteger os dentes contra cáries. Devemos lembrar que é importante beber bastante água durante o dia, pois desidratação é um dos grandes fatores de risco para doenças das glândulas salivares.
Onde estão localizadas as glândulas salivares?
Os agrupamentos maiores das glândulas salivares (ver desenho) são encontrados embaixo da língua (glândula sublingual), nos lados da face, em frente das orelhas (glândula parótida) e embaixo da mandíbula (glândula submandibular). Menores agrupamentos são encontrados em outras partes do sistema digestivo superior: nos lábios, na bochecha (mucosa bucal) e em outras camadas da boca e garganta. Estas últimas são conhecidas como as glândulas salivares menores.
Quais são os problemas que afetam as glândulas salivares?
Muitos dos crescimentos (tumores) nas glândulas salivares não espalham para outros tecidos e não são cânceres. São chamados de tumores benignos e seu tratamento é diferente do tratamento do câncer. Além de tumores, alguns outros problemas que podem acontecer nas glândulas salivares são: obstrução, infecção e aumento de tamanho da glândula causado por infecção de HIV (AIDS) ou por diabetes e alcoolismo.
Quais são os sintomas?
Um médico deve ser consultado caso haja inchação embaixo do queixo ou ao redor da mandíbula, o rosto comece a ficar dormente, os músculos do rosto não mexam, dor no rosto, queixo ou pescoço que não passa. Com estes sintomas, o médico vai examinar a garganta e pescoço utilizando espelhos e luzes. Pode também solicitar uma tomografia ou exame de ressonância magnética para verificar as partes internas da garganta e pescoço. Caso algum tecido anormal seja identificado, deve haver a realização de uma biopsia para verificar a malignidade dos achados.
Quais são as características do câncer?
Uma vez diagnosticado o câncer nas glândulas salivares, é preciso verificar o grau de extensão da doença para outras partes do corpo (estádio, variando de 1 a 4) e identificar a velocidade de crescimento do tumor, sendo de alto ou baixo grau de crescimento. O grau baixo cresce mais lento do que o outro. O estádio 1 trata-se de um câncer localizado. Ele não deve estar com mais de 4 centímetros em diâmetro e não ter espalhado para o tecido ao redor ou para os gânglios linfáticos adjacentes. Já na última categoria (estádio 4), o tumor pode apresentar várias configurações: a) pode estar com mais de 6 centímetros de diâmetro e ter espalhado para a pele, tecido mole, osso e nervo ao redor da glândula; b) pode também ser de qualquer tamanho mas ter afetado mais de um gânglio linfático (linfonodos) no mesmo lado do rosto, ou em ambos os lados do pescoço; c) pode ter espalhado para outras partes do corpo.
Como é o tratamento desse tipo de câncer?
Se um tumor for encontrado nas glândulas salivares, a sua remoção via cirurgia é recomendada. A maioria das massas encontradas na área da glândula parótida é benigna (não cancerígena). Quando a cirurgia é necessária, contudo, todo cuidado é necessário para evitar danos ao nervo facial dentro da glândula que movimenta os músculos da face, incluindo a boca e os olhos.
Quando massas malignas são encontradas na glândula parótida, pode ser possível remover os tumores e ainda preservar o nervo facial. Tratamento radioterápico é normalmente recomendado após cirurgia. Isto é feito tipicamente entre quatro a seis semanas após a realização do procedimento cirúrgico, para permitir a cicatrização adequada antes da irradiação.
Radioterapia pode ser realizada por máquina externa (teleterapia) ou pela colocação de partículas radioativas diretamente nas células cancerígenas via tubos plásticos finos inseridos diretamente nos tumores (braquiterapia). Um tipo de radioterapia utilizando partículas chamadas “neutrons” colocadas nas células tem se mostrado efetiva no tratamento do câncer das glândulas salivares. A utilização de drogas em conjunto com a radioterapia para fazer as células mais sensíveis à radiação está sendo testada em vários países. Um terceiro tipo de tratamento, comum para vários outros tipos de câncer, a quimioterapia, ainda está em fase de experimentação.
Na realidade, os tratamentos dependem do estágio da doença e do seu grau de desenvolvimento. Tumores de alto grau de crescimento normalmente são tratados por cirurgia acompanhado por radioterapia ou por radioterapia somente. Alguns ainda estão sendo acompanhados por quimioterapia experimental. Se o câncer já estiver no estádio 4, o tratamento normal é apenas a radioterapia sozinha ou acompanhada com quimioterapia experimental. Os mesmos princípios de tratamento são recomendados para massas encontradas na região submandibular ou nas glândulas salivares menores dentro da boca ou garganta superior.
Quais são os resultados da cirurgia?
A remoção de uma glândula salivar não produz a condição conhecida como "boca seca", ou xerostomia. O tratamento radioterápico na área da boca pode causar este sintoma desagradável provocado pela diminuição da produção de saliva. O médico pode prescrever uma medicação para reduzir a secura da boca nestas circunstâncias. 

neurofibromatose


O que é:

A neurofibromatose, também conhecida como Doença de Von Recklinghausen, é caracterizada pelo crescimentos anormal de tecido nervoso mole e carnudo denominados neurofibromas, que ainda não tem cura mas que pode ser tratada com medicamentos, cirurgia e radioterapia.
Esses tumores surgem na pele e em geral depois da puberdade, entre os dez e os quinze anos de idade.

Tratamento para neurofibromatose

Nenhum tratamento consegue deter a evolução da neurofibromatose ou curá-la, mas os tumores individuais são removidos cirurgicamente ou o seu volume pode ser reduzido com a radioterapia.

Sintomas da neurofibromatose

Os sintomas da neurofibromatose podem variar de um indivíduo para o outro, mas pode haver:
  • nódulos na pele com a cor de café com leite e bordas bem definidas;
  • comprometimento dos nervos afetados;
  • sardas inguinais e axilares;
  • comprometimento da coluna;
  • lesão óssea característica.
Pode haver ainda comprometimento intelectual; hipertensão; alteração renal; alterações cardíacas; dor de cabeça; alterações da visão; epilepsia.

Consequências da neurofibromatose

Em alguns casos, os tumores causam problemas no esqueleto, como a curvatura anormal da coluna vertebral, deformidades das costelas, aumento dos ossos dos braços e das pernas e defeitos dos ossos do crânio e em torno do olho.
Outras consequências da neurofibromatose são os problemas neurológicos, já que os neurofibromas podem afetar qualquer nervo do corpo, podendo tornar-se uma séria ameaça quando comprimem a medula espinhal, ou os nervos cranianos causando cegueira, tontura, surdez e incoordenação.
Os indivíduos com uma forma mais rara da doença, denominada neurofibromatose tipo 2, apresentam tumores no ouvido interno que podem causar perda da audição e, algumas vezes, tontura, em indivíduos com apenas 20 anos de idade

doença de wilson


Doença de Wilso

A doença de Wilson, também denominada degeneração hepatolenticular, é uma doença de origem genética (causada por um gene autossômico recessivo), responsável por levar ao acúmulo de cobre no organismo, especialmente nos tecidos encefálicos e hepáticos.
Em 1883 já se conhecida a degeneração hepatolenticular, denominada por Westphal, naquela época, de pseudoesclerose, pois os pacientes apresentam tremores e rigidez. Já em 1898, Strümpell observou a afecção no fígado durante a autópsia de dois pacientes que apresentavam quadro de tremores. Contudo, foi apenas em 1912 que Kinnier Wilson descreveu a forma clássica da doença, denominando-a de degeneração lenticular progressiva. Em 1921, Hall passou a chamá-la de degeneração hepatolenticular.
O cobre é encontrado na maior parte dos alimentos, sendo que pequenas proporções dele são essenciais para o bom funcionamento do organismo. Em certas circunstâncias, pode ocorrer uma ingestão maior do cobre do que o necessário; todavia, indivíduos saudáveis eliminam o cobre de que não necessitam, porém os pacientes da doença de Wilson não realizam esse processo espontaneamente.
Nos pacientes dessa doença, o acúmulo de cobre inicia-se logo após o nascimento. Seu excesso afeta o fígado e o cérebro, causando hepatite e sintomatologia neurológica e psiquiátrica. As manifestações clínicas habitualmente surgem no final da adolescência. Os pacientes podem apresentar doença do fígado ou alterações na função desse órgão, icterícia, aumento abdominal, vômito com sangue ou dor no estômago. Anomalias motoras também podem estar presentes, como: tremores ou descoordenação motora, dificuldade para andar, rigidez muscular, reflexos anormais, dificuldade na fala e deglutição (com consequente sialorréia) e reações oculares anormais. Também podem desenvolver problemas psíquicos, como depressão, agressividade, comportamento anti-social, impulsividade.
O quadro clínico pode ser traduzido por uma anemia hemolítica ou sintomatologia semelhante ao do mal de Parkinson. Irregularidade no ciclo menstrual pode estar presente nas mulheres, bem como infertilidade e abortos múltiplos.
O diagnóstico é feito por meio de exames laboratoriais, quantificando o nível de cobre na urina e sangue, além de verificar se há  a presença do anel de Kaiser-Fleischer nos olhos, embora nem sempre esteja presente. Todavia, quando está, é um sinal corroborativo da doença. Como pode ser invisível a olho nu, se faz necessário a realização do exame com lâmpada de fenda. Caso seja necessário, pode ser feita uma biópsia hepática. Com frequência, anomalias cerebrais são detectadas por meio da ressonância magnética ou PET scan. É importante que parentes de portadores da doença realizem exames, pelo menos duas vezes na vida, preferencialmente aos 5 e aos 15 anos de idade.
Esta doença é facilmente tratada. Por meio de uma terapia adequada, a progressão da doença pode ser freada e, em muitos casos, o quadro pode ser revertido. A terapêutica empregada objetiva retirar o excesso de cobre depositado nos tecidos e evitar um novo acúmulo. O tratamento deve ser realizado para o resto da vida do paciente. Este consiste na combinação de fármacos associados a uma dieta alimentar adequada, com a mínima ingestão de cobre possível, pelo menos na fase de remoção do elemento acumulado. Os fármacos de eleição são: penicilina, trientine e acetato de zinco.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010


O exame preventivo do câncer do colo do útero - conhecido popularmente como a exame de Papanicolaou - é indolor, barato e eficaz. Ele consiste na coleta de material para exame de três locais: da parte externa do colo (ectocérvice), da parte interna do colo (endocérvice) e do fundo do saco posterior da vagina. Para grávidas se evita a coleta da endocérvice, para não estimular contrações uterinas. A fim de garantir a eficácia dos resultados, a mulher deve evitar relações sexuais, não usar duchas, medicamentos vaginais ou anticoncepcionais locais nos três dias anteriores ao exame. O exame não é realizado durante o período menstrual, exceto se for um período menstrual prolongado, além do habitual. A colposcopia permite examinar com mais detalhes o colo uterino, devendo ser realizada a cada 3-5 anos, dependendo dos achados e indicação médica.

SINTOMAS

O câncer do colo do útero só dará sintomas (sangramento e dor às relações sexuais) em fase já adiantada.

O câncer de colo de útero tem 100% de cura 
quando diagnosticado precocemente.

INFECÇÃO POR HPV NO COLO DE ÚTERO

Quais são os sintomas do câncer do colo do útero?
Não apresenta sintomas até atingir nível mais avançado, a partir daí existe corrimento avermelhado com consistência aquosa e sangramento durante relação sexual.

Qual é a relação entre HPV e câncer do colo do útero?

O HPV é o responsável pelo câncer do colo do útero, podemos dizer que praticamente 100% dos cânceres do colo do útero contêm HPV .

Então se tenho HPV necessariamente irei desenvolver câncer do colo do útero?
Isto não é verdade, a maioria da população sexualmente ativa (cerca de 75%) entra em contato com o HPV e elimina espontaneamente o vírus do organismo sem mesmo desenvolver qualquer doença. Outros terão uma infecção transitória com duração média de 12 a 18 meses e menos de 1% corre o risco de ter câncer do colo do útero.
Além do HPV , são necessários outros co-fatores para, por exemplo, predisposição genética, fumo, alimentação inadequada e estresse. A infecção pelo HPV não se transforma em câncer do colo do útero de um dia para outro, por isso não existe motivo para desespero e angústia. Quando o HPV causa lesão no colo do útero, esta lesão passa por três etapas antes de se transformar em câncer. Os médicos costumam chamar estas etapas de neoplasia intra-epitelial cervical (NIC) grau 1, 2 e 3. O tratamento nestas etapas cura completamente a doença e impede a progressão para câncer, além de não interferir na capacidade de ter filhos da mulher.

Quais são os sintomas da infecção pelo HPV ou da NIC (neoplasia intra-epitelial cervical)?
A infecção pelo HPV ou NIC geralmente não apresenta sintomas, algumas pessoas desenvolvem verrugas genitais e outras lesões na vulva, vagina, colo do útero e ânus que se não tratadas podem evoluir para câncer do colo do útero. Estas lesões são diagnosticadas pelo Papanicolaou e através de exames chamados colposcopia, vulvoscopia e anuscopia.

Se as verrugas genitais não forem tratadas, podem evoluir para câncer do colo do útero?
O papilomavírus humano (HPV) pertence a uma ampla família de vírus e mais de 45 tipos diferentes podem infectar a pele dos órgãos genitais. Quase todos os tipos foram muito bem estudados e hoje se sabe que o grupo de HPV que causa lesão pré-cancerígena ou cancerígena (chamado grupo de alto risco oncogênico) não é o mesmo que geralmente causa as verrugas genitais (chamado de grupo de baixo risco oncogênico). Em 90-95% dos casos, as verrugas genitais são causadas por HPV do grupo de baixo risco. Entretanto, não se deve postergar o tratamento das verrugas genitais, não apenas pelo aspecto estético desagradável , mas também pelo risco de crescimento em extensão e tamanho das lesões e alta contagiosidade (transmissão para parceiros).

Como posso prevenir o câncer do colo do útero?

Realizando Papanicolaou e colposcopia regularmente. O Papanicolaou detecta a presença de lesões em até 80% das vezes que ela está presente. Se houver associação do Papanicolaou com a colposcopia a detecção da lesão ocorrerá em praticamente 100% das vezes.

O que é Papanicolaou?

Também chamado pelos médicos de esfregaço cérvico-vaginal. O colo do útero é raspado com uma espátula e o material coletado (células) é colocado em uma lâmina de vidro. Este material recebe uma preparação especial e é lido por um médico citologista.

O laudo citológico pode ser fornecido utilizando várias nomenclaturas, veja o significado:

ClassificaçãoInterpretaçãoOrientação
PapanicolaouSistema de Bethesda
Classe INegativo para células neoplásicas ou negativas para malignidadeNORMALRepetir exame em 1 ano ou conforme orientação de seu médico
Classe IIInflamatórioNORMAL, pode ter sido colhido na 2a fase do ciclo ou pode existir alguma inflamação tipo corrimentoRepetir exame em 1 ano ou conforme orientação de seu médico e tratar inflamação se necessário.
Atipia celular escamosaASCUSLeve suspeita de alteraçãoNecessário realizar colposcopia e se necessário biópsia dirigida. O tratamento será definido conforme o resultado da biópsia.
Atipia celular glandularAGUS - células glandulares atípicas
Suspeita de alteração
Necessário realizar colposcopia e se necessário biópsia dirigida. O tratamento será definido conforme o resultado da biópsia. Se a mulher não menstruar mais, é necessário investigação do revestimento de dentro do útero (endométrio).
Classe IIILSIL - lesão intra-epitelial de baixo grauALTERADO
Necessário realizar colposcopia e se necessário biópsia dirigida. O tratamento será definido conforme o resultado da biópsia.
Classe IIIHSIL - lesão intra-epitelial de alto grauALTERADONecessário realizar colposcopia e se necessário biópsia dirigida. O tratamento será definido conforme o resultado da biópsia.
Classe IVHSIL - lesão de alto grauALTERADONecessário realizar colposcopia e se necessário biópsia dirigida. O tratamento será definido conforme o resultado da biópsia.
Classe VSuspeita de câncerALTERADONecessário realizar colposcopia e se necessário biópsia dirigida. O tratamento será definido conforme o resultado da biópsia.
O que é Colposcopia?

É um aparelho de aumento que permite identificar com precisão o local e a extensão da doença. Além de mostrar o local mais adequado para realizar a biópsia, permite guiar o tratamento através de cirurgia.

Qual é o melhor exame o Papanicolaou ou a Colposcopia?

Os dois exames são complementares, eles não competem entre si. O Papanicolaou é um método de rastreamento, identifica a alteração, porém não diz onde ela está (em outras palavras, é como o telefone fixo que toca, mas não consegue identificar a chamada). A colposcopia é mais precisa, ela localiza a lesão (é como se fosse um bina de telefone, identificando o local da chamada).

O que são métodos de biologia molecular (captura híbrida, hibridização molecular)?

São métodos que pesquisam se existe material genético do HPV dentro das células do organismo humano. A positividade destes testes quer dizer que o organismo entrou em contato com o HPV , mas não consegue predizer quem irá desenvolver lesões. A captura híbrida é o teste mais utilizado na prática clínica e permite identificar dois grupos de vírus (de baixo e alto risco oncogênico) e a carga viral.

Existe tratamento para quem tem infecção pelo HPV, mas não tem lesões identificadas no Papanicolaou e na Colposcopia?

O médico apenas trata a doença causada pelo HPV como as verrugas genitais e lesões na vagina e colo do útero. A infecção pelo HPV diagnosticada por métodos de biologia molecular e sem lesões no Papanicolaou e Colposcopia, não precisa ser tratada e se chama infecção latente pelo HPV (em outras palavras poderíamos chamar que o vírus "adormece" dentro da célula não existindo replicação viral). Quem combate verdadeiramente o vírus é o sistema imune do indivíduo infectado. Em condições habituais, o HPV demora em média cerca de 10 meses (de 8 meses a 24 meses) para ser eliminado do organismo. Na infecção latente, não existe risco de passar o vírus para outras pessoas.

Mesmo após realizar tratamento das lesões induzidas pelo HPV (verrugas genitais e lesões do colo, vagina e vulva), os testes de biologia molecular continuam positivos?
Mesmo após a "cura" das lesões que o médico tratou, os testes de biologia molecular (hibridização molecular e captura híbrida) ainda ficarão positivos até o organismo eliminar totalmente o vírus, o que demora de 8 a 24 meses. Por isso não adianta ficar ansiosa e realizar exames muito frequentes, recomendam-se exames semestrais/anuais para controle após cura da doença clínica (verrugas genitais e lesões na vagina e colo do útero).

Quem tem infecção pelo HPV pode engravidar?
A infecção genital por HPV por si só não contra-indica uma gravidez, se existirem lesões induzidas pelo HPV (tanto verrugas genitais como lesões em vagina e colo) o ideal é tratar primeiro e depois engravidar. Se ocorrer a gravidez na presença destas lesões não existe maiores problemas, porém as verrugas podem se tornar maiores em tamanho e quantidade devido ao estímulo hormonal característico da gestação e existir maiores dificuldades no tratamento. 

Existe a possibilidade do HPV ser transmitido para o feto ou recém-nascido e causar verrugas na laringe do recém-nascido e/ou verrugas na genitália. O risco parece ser maior nos casos de lesões como as verrugas genitais, mesmo nestes casos o risco de ocorrer este tipo de transmissão é baixo.

Quem tem infecção pelo HPV, verrugas genitais ou NIC, pode amamentar?

Para que ocorra a transmissão do HPV são necessários o contato pele-a-pele e algum tipo de ferida para que o vírus penetre na pele (a situação ideal é a relação sexual, além do contato pele-a-pele, existe a fricção do pênis na vagina que acaba fazendo microtraumatismos - imperceptíveis a olho nu - que permitem a entrada do vírus na pele). Assim, se os seios da mãe não tem nenhuma lesão por HPV não existe nenhum risco de transmissão do HPV durante o aleitamento materno.

Quem tem neoplasia intra-epitelial cervical (NIC) poderá preservar o útero e ter filhos no futuro?

Hoje, existe uma técnica cirúrgica, chamada de cirurgia de alta frequência, que é realizada com ajuda do colposcópio e retira apenas a lesão, preservando o tecido do útero sadio. Assim, a capacidade de engravidar não fica comprometida.

Qual é o melhor tratamento pra neoplasia intra-epitelial cervical (NIC) grau 1?

Tudo dependerá do tamanho da lesão identificada através da colposcopia. Alguns casos necessitarão cauterização, outros apenas controle semestral com citologia e colposcopia, e outra pequena cirurgia local.

Qual é o melhor tratamento pra neoplasia intra-epitelial cervical (NIC) grau 2 e 3?

Também depende do tamanho da lesão. A grande maioria das mulheres se beneficiará da técnica de cirurgia de alta frequência, onde se preserva o tecido sadio do útero, permitindo futuras gestações.

Existe alguma novidade no tratamento da NIC grau 2 e 3?

Os estudos continuam avançando, existem vacinas sendo testadas em cobaias animais. O tratamento mais moderno é cirurgia de alta frequência guiada pela colposcopia.

O que é ferida do colo do útero?

É um termo leigo, e não quer dizer realmente que existe uma ferida. É uma situação muito comum em mulheres jovens e após o parto, e está associada a picos hormonais. Os médicos chamam esta situação de ectopia. Alguns médicos recomendam cauterizar, outros apenas fazem controles. Se existir corrimento tipo clara de ovo ou corrimento de repetição é aconselhável realizar a cauterização.

O HPV pode causar câncer de boca?

A maioria dos casos de câncer de boca é causada pelo fumo e consumo de bebidas em grandes quantidades. Recentemente, pesquisadores americanos revelaram que alguns casos de câncer de boca podem estar relacionados ao HPV 16, o mesmo tipo que causa o câncer do colo do útero, sendo o vírus transmitido através do sexo oral. Mas, as pessoas não devem entrar em pânico com esta descoberta, pois o câncer na boca é raro e ter realizado sexo oral com parceiro infectado pelo HPV não quer dizer que irá se desenvolver câncer. Para que isto ocorra devem existir vários fatores associados além da infecção pelo HPV , como fumo, consumo de bebidas alcoólicas e predisposição genética.

A gangrena é a morte do tecido, normalmente associada à perda de suprimento sangüíneo à área afetada, seguida por invasão bacteriana. A gangrena é decorrente de uma infecção causada por clostrídios e, às vezes, por outras bactérias. Os clostrídios são bactérias anaeróbias, as quais crescem apenas na ausência de oxigênio. Os clostrídios produzem gás à medida que crescem e, por essa razão, a infecção é algumas vezes denominada gangrena gasosa. As lesões graves (p.ex., o esmagamento de uma perna) podem interromper o suprimento sangüíneo e de oxigênio à área lesada, criando uma situação que permite o crescimento de clostrídios. A infecção desenvolve-se horas ou dias após a lesão. A gangrena também pode desenvolver- se em uma ferida cirúrgica, particularmente quando o suprimento sangüíneo à ferida é ruim. Os indivíduos com má circulação apresentam um maior risco de apresentá-la.


[editar] Sintomas
Inicialmente, a pele pode tornar-se pálida, mas ela torna-se vermelha ou cor de bronze e, finalmente, esverdeada. A infecção por clostrídios também torna a pele quente e edemaciada. A infecção pode disseminar-se extensamente sob a pele, produzindo freqüentemente bolhas grandes com conteúdo líquido. O líquido dessas bolhas possuem uma cor acastanhada e é fétido. O gás produzido pelos clostrídios freqüentemente borbulha no líquido e as bolhas podem crepitar à palpação. No decorrer de vários dias, a infecção pode evoluir de uma celulite muito discreta a uma gangrena extensa que produz choque, insuficiência renal, delírio e morte. A infecção pode inclusive evoluir dramaticamente em poucas horas, destruindo grandes quantidades de pele e músculos.


[editar] Diagnóstico
Normalmente os sintomas são suficientes para levantar a suspeita de gangrena. As radiografias podem revelar a presença de gás sob a pele. A tomografia computadorizada (TC) e a ressonância magnética (RM) podem ajudar a determinar a quantidade de gás e a extensão da destruição tecidual. Pode ser realizada a coleta de líquido da ferida, sendo feita a sua cultura para confirmar que o microrganismo responsável pela infecção é o Clostridium. No entanto, a cirurgia de remoção do tecido morto ou de amputação de um membro é comumente necessária antes do médico ter certeza de qual é o microrganismo causador da infecção.


[editar] Tratamento e prognóstico
Quando existe suspeita de gangrena, é iniciada a administração de um antibiótico logo após a coleta de amostras de líquido da ferida e antes dos resultados dos exames tornarem-se disponíveis. Normalmente, são escolhidos antibióticos que destroem um amplo espectro de bactérias, apesar da penicilina isoladamente ser suficiente para eliminar os clostrídios. Além de prescrever antibióticos, o médico realiza a remoção cirúrgica do tecido destruído. Algumas vezes, sobretudo quando a circulação é ruim, deve ser realizada a amputação de parte ou de todo o membro para se prevenir a disseminação da infecção. Além disso, a oxigenioterapia de alta pressão (hiperbárica) também pode ser utilizada para tratar a gangrena cutânea extensa. Neste tratamento, o paciente é colocado em uma câmara contendo oxigênio a alta pressão, o que ajuda a eliminar os clostrídios. Apesar do tratamento, aproximadamente um em cada cinco indivíduos com gangrena cutânea morre.

sábado, 12 de setembro de 2009

DOENÇA DE CHAGAS

Sinônimo: Tripanossomíase Americana

O que é?

É uma doença infecciosa causada por um protozoário parasita chamado Trypanosoma cruzi, nome dado por seu descobridor, o cientista brasileiro Carlos Chagas, em homenagem a outro cientista, também, brasileiro, Oswaldo Cruz.

Como se adquire?

Através da entrada do Trypanosoma no sangue dos humanos a partir do ferimento da “picada” por triatomas, os populares barbeiros ou chupões, como são conhecidos no interior do Brasil.

Estes triatomas, ou barbeiros, alimentam-se de sangue e contaminam-se com o parasita quando sugam sangue de animais mamíferos infectados, que são os reservatórios naturais (bovinos, por exemplo) ou mesmo outros humanos contaminados. Uma vez no tubo digestivo do barbeiro, o parasita é eliminado nas fezes junto ao ponto da “picada”, quando sugam o sangue dos humanos que por aí infectam-se.

Outras formas de contato ocorre na vida intra-uterina por meio de gestantes contaminadas, de transfusões sanguíneas ou acidentes com instrumentos de punção em laboratórios por profissionais da saúde, estas duas últimas bem mais raras.

O que se sente?

A doença possui uma fase aguda e outra crônica. No local da picada pelo “vetor” (agente que transmita a doença, no caso, o barbeiro), a área torna-se vermelha e endurecida, constituindo o chamado chagoma, nome dado à lesão causada pela entrada do Trypanosoma. Quando esta lesão ocorre próxima aos olhos, leva o nome de sinal de Romaña. O chagoma acompanha-se em geral de íngua próxima à região.

Após um período de incubação (período sem sintomas) variável, mas de não menos que uma semana, ocorre febre, ínguas por todo o corpo, inchaço do fígado e do baço e um vermelhidão no corpo semelhante a uma alergia e que dura pouco tempo. Nesta fase, nos casos mais graves, pode ocorrer inflamação do coração com alterações do eletrocardiograma e número de batimentos por minuto aumentado. Ainda nos casos mais graves, pode ocorrer sintomas de inflamação das camadas de proteção do cérebro (meningite) e inflamação do cérebro (encefalite). Os casos fatais são raros, mas, quando ocorrem, são nesta fase em decorrência da inflamação do coração ou do cérebro. Mesmo sem tratamento, a doença fica mais branda e os sintomas desaparecem após algumas semanas ou meses. A pessoa contaminada pode permanecer muitos anos ou mesmo o resto da vida sem sintomas, aparecendo que está contaminada apenas em testes de laboratório. A detecção do parasita no sangue, ao contrário da fase aguda, torna-se agora bem mais difícil, embora a presença de anticorpos contra o parasita ainda continue elevada, denotando infecção em atividade.

Na fase crônica da doença, as manifestações são de doença do músculo do coração, ou seja, batimentos cardíacos descompassados (arritmias), perda da capacidade de “bombeamento” do coração, progressivamente, até causar desmaios, podendo evoluir para arritmias cardíacas fatais. O coração pode aumentar bastante, tornando inviável seu funcionamento. Outras manifestações desta fase podem ser o aumento do esôfago e do intestino grosso, causando dificuldades de deglutição, engasgos e pneumonias por aspiração e constipação crônica e dor abdominal.

Mais recentemente, a associação de doença de Chagas com AIDS ou outros estados de imunossupressão tem mostrado formas de reagudização grave que se desconhecia até então, como o desenvolvimento de quadros neurológicos relacionados à inflamação das camadas que revestem o cérebro (meningite).

Como se faz o diagnóstico?

Sempre se deve levantar a suspeita quando estamos diante de um indivíduo que andou por zona endêmica e apresenta sintomas compatíveis. Testes de detecção de anticorpos ao Trypanosoma no sangue mais comumente, bem como a detecção do próprio parasita no sangue, nas fases mais agudas, fazem o diagnóstico.

Como se trata?

A medicação utilizada, no nosso meio, é o benzonidazole, que é muito tóxico, sobretudo pelo tempo de tratamento, que pode durar de três a quatro meses. Seu uso é de comprovado benefício na fase aguda. Na fase crônica, o tratamento é dirigido às manifestações. A diminuição da capacidade de trabalho do coração é tratada como na insuficência deste órgão por outras causas, podendo, em alguns casos, impor até a necessidade de transplante.

Como se previne?

Basicamente, pela eliminação do vetor, o barbeiro, por meio de medidas que tornem menos propício o convívio deste próximo aos humanos, como a construção de melhores habitações.


Câncer de Pulmão
O câncer de pulmão é o mais comum de todos os tumores malignos, apresentando um aumento por ano de 2% na sua incidência mundial. Em 90% dos casos diagnosticados está associado ao consumo de derivados de tabaco (leia mais em Tabagismo). No Brasil, o câncer de pulmão foi responsável por 14.715 óbitos em 2000, sendo o tipo de câncer que mais fez vítimas.

Consulte a publicação Estimativa de Incidência de Câncer do INCA.
O câncer de pulmão, do ponto de vista anatomo-patológico, é classificado em dois tipos principais:
1) Pequenas células
2) Não-pequenas células (85%)

O tumor de células não-pequenas corresponde a um grupo heterogêneo composto de três tipos histológicos principais e distintos: carcinoma epidermóide, adenocarcinoma e carcinoma de grandes células, ocorrendo em cerca de 75% dos pacientes diagnosticados com câncer de pulmão. Dentre os tipos celulares restantes, destaca-se o carcinoma indiferenciado de células pequenas, com os três subtipos celulares: linfocitóide (oat cell), intermediário e combinado (células pequenas mais carcinoma epidermóide ou adenocarcinoma).

A expressão oat cell ganhou importância na linguagem médica por ser um subtipo especial de câncer pulmonar. As principais características são rápido crescimento, grande capacidade de disseminação e invasão cerebral freqüente. Apesar do alto grau de resposta ao tratamento, apresenta baixo percentual de cura.


Diagnóstico Clínico e Patológico
Os sintomas mais comuns do câncer de pulmão são a tosse e o sangramento pela via respiratória. Nos fumantes, o ritmo habitual da tosse é alterado e aparecem crises em horários incomuns para o paciente. Além disso, uma pneumonia de repetição pode, também, ser a apresentação inicial da doença.

A maneira mais fácil de diagnosticar o câncer de pulmão é através de um raio-X do tórax complementado por uma tomografia computadorizada. A broncoscopia (endoscopia respiratória) deve ser realizada para avaliar a árvore traquebrônquica e, eventualmente, permitir a biópsia. É fundamental obter um diagnóstico de certeza, seja pela citologia ou patologia.

Uma vez obtida a confirmação da doença, é realizado o estadiamento que avalia o estágio de evolução, ou seja, verifica se a doença está restrita ao pulmão ou disseminada por outros órgãos. O estadiamento é feito através de vários exames de sangue e radiológicos, como dosagens enzimáticas e ultrassonografia, respectivamente.


Fatores de Risco
Independentemente do tipo celular ou subcelular, o tabagismo é o principal fator de risco do câncer pulmonar, sendo responsável por 90% dos casos. Outros fatores relacionados são certos agentes químicos (como o arsênico, asbesto, berílio, cromo, radônio, níquel, cádmio e cloreto de vinila, encontrados principalmente no ambiente ocupacional), fatores dietéticos (baixo consumo de frutas e verduras), doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica), fatores genéticos (que predispõem à ação carcinogênica de compostos inorgânicos de asbesto e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos) e história familiar de câncer de pulmão.


Sintomas
Os tumores de localização central provocam sintomas como tosse, sibilos, estridor (ronco), dor no tórax, escarros hemópticos (escarro com raias de sangue), dispnéia (falta de ar) e pneumonia. Os tumores de localização periférica são geralmente assintomáticos. Quando eles invadem a pleura ou a parede torácica, causam dor, tosse e dispnéia do tipo restritivo, ou seja, pouca expansibilidade pulmonar.

O tumor localizado no ápice pulmonar (Tumor de Pancoast) geralmente compromete o oitavo nervo cervical e os primeiros nervos torácicos, levando à síndrome de Pancoast, que corresponde à presença de tumor no sulco superior de um dos pulmões e dor no ombro correspondente, que se irradia para o braço. Nos fumantes, o ritmo habitual da tosse é alterado, podendo existir crises em horários incomuns para o paciente. Uma pneumonia de repetição pode ser também um sintoma inicial de câncer de pulmão.

Prevenção
A mais importante e eficaz prevenção do câncer de pulmão é a primária, ou seja, o combate ao tabagismo. A ação permite a redução do número de casos (incidência) e de mortalidade.


Tratamento
Do ponto de vista terapêutico existem três alternativas: cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Estes métodos podem ser associados para obter o melhor resultado. Tumores restritos ao pulmão devem ser operados e removidos – estágios I e II, com chance de cura de até 75%. Nos outros estágios, uma associação de quimio e radioterapia, com eventual resgate cirúrgico, é a abordagem que mostra os melhores resultados, com uma chance de cura de 30%.

No estágio IV a quimioterapia é o tratamento de escolha, porém as chances de cura são extremamente reduzidas. Até o momento não existe benefício comprovado com imunoterapia. Os pacientes operados se beneficiam de quimioterapia complementar, dita adjuvante, que reduz as chances de reaparecimento da doença, com exceção naqueles cujo estadiamento é muito inicial